Dom Orani agraciado com o título Personalidade Cidadania 2012

29/04/2012 10:16

Dom Orani integra Galeria de Honra

Fonte: Folha Dirigida


Eleito Personalidade Cidadania pela terceira vez, o mais novo nome na Galeria de Honra das Grandes Personalidades é o arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani Tempesta. Indicado pelo terceiro ano consecutivo, a partir de agora, o arcebispo passa a integrar a Galeria ao lado de nomes como os de Dom Eugênio Sales e Zilda Arns.

Dom Orani sempre se alegrou com a premiação. Para ele, a reeleição é um estímulo ao trabalho que tem realizado e uma resposta a um das metas de seu governo pastoral - o diálogo com a sociedade. De perfil moderado, dentro da Igreja, Dom Orani é conhecido como uma pessoa conciliadora e especialista em comunicação. Para ele, o cultivo de valores humanos faz falta na sociedade atual, especialmente aos jovens.

“Vemos, hoje, uma juventude que, muitas vezes, está perdida nas drogas, no álcool, morrendo cedo, como aconteceu com tantos ídolos. Precisamos sonhar com uma sociedade em que o cidadão, seja como cristão ou mais um no meio da massa, ajude os demais a perceber que um mundo diferente é possível”, afirmou em entrevista recente à FOLHA DIRIGIDA.

Segundo o arcebispo, mudar os conceitos e valores, hoje baseados na busca pelo sucesso próprio, em prol de uma visão social que beneficie a todos depende de uma transformação própria de cada indivíduo. “É a partir da mudança de si próprio que começa a transformação do que está ao seu redor”, acredita.

Para ele, se perguntarmos para as pessoas como gostariam que fosse o mundo, elas iriam expressar aquilo que o jovem cristão vive. “Mesmo os que estão no caminho do erro, em geral, sonham viver em paz, em harmonia com o próximo. Só não encontram o meio para isso. Nem sempre conseguem colocar isso em prática ou não são orientados para este objetivo.”

O religioso defende um caráter transcendente no processo educacional. De acordo com o arcebispo, o modo de a escola atuar, nos últimos anos, em especial no Ocidente, resume-se a uma preparação para uma carreira. O objetivo primeiro, na maior parte dos casos, segundo ele, é passar no vestibular para uma atividade em que a pessoa tenha boas perspectivas de remuneração.

“Com isso, a escola não forma para a vida. Ela não prepara a pessoa para viver sua vida plenamente, seja em qual carreira ela estiver, seja qual for a sua vocação. Acho que essa proposta de preparar apenas para o vestibular diminui o ser humano”, afirma. Ainda de acordo com Dom Orani, uma formação plena deve englobar tanto a formação intelectual como a formação moral, humana e também do transcendente. “Faz falta ao ser humano não ter essa dimensão transcendental. Ele nasceu assim”, declara. À frente da Arquidiocese do Rio de Janeiro, o arcebispo tem a missão de conduzir as 252 paróquias da cidade, divididas em sete vicariatos territoriais, além de movimentos leigos e novas comunidades.